Visões do Mundo: NIRVANA: NEVERMIND

Nevermind é o segundo álbum de estúdio da banda de rock norte-americana Nirvana, lançado em 24 de setembro de 1991. Assim que foi lançado, conquistou aclamação da crítica e sucesso de público, vendendo em torno de 30 milhões, 11,5 milhões apenas nos EUA. Este álbum foi impotantíssimo para a consolidação do movimento underground (que ficou conhecido com o nome "grunge") como mainstream, já que foi o Nirvana foi a primeira banda do movimento a atingir o posto de no. 1 das paradas (feito alcançado no Natal de 1991, batendo nada mais nada menos Michael Jackson e seu Dangerous). Com isso, houve toda a febre grunge que só veio a acabar em meados de 1994, com a morte do frontman da banda, Kurt Cobain. Outra coisa marcante de Nevermind é sua capa: é um bebê pelado (chamado Spencer Elden) nadando atrás de uma nota de 1 dólar. Definitivamente, é o MELHOR disco de toda a década de 1990 e discutivelmente de todos os tempos.

Dave Grohl (bateria), Krist Novoselic (baixo) e Kurt Cobain (vocais, guitarra e composições)

Nirvana foi uma banda de Aberdeen, no Estado de Washington, formada por Kurt Cobain e Krist Novoselic, que assinou contrato com a gravadora independente de Seattle, a Sub Pop. O grupo lançou seu álbum de estreia, Bleach, em 1989, com Chad Channing na bateria. Entretanto, Channing saiu do Nirvana em 1990 e a banda foi em busca de um baterista permanente. Durante um show da banda de hardcore punk Scream, o baterista do grupo, Dave Grohl, impressionou Novoselic e Cobain. Quando Scream inesperadamente acabou, Grohl contatou Novoselic, fez o seu caminho para Seattle e foi logo convidado para integrar a banda. Semana depois a Scream veio a acabar e Dave Grohl se juntou ao Nirvana, tornando-se o baterista permanente.

Um ano antes de Nevermind ter sido editado, o som de Seattle já havia sido descoberto e três dos melhores grupos da cena grunge, Alice in Chains, Mother Love Bone (que veio a se tornar o Pearls Jam) e Soundgarden, já estavam contratados pelas grandes gravadoras que passaram a sondar o Nirvana com boas propostas. Graças a Kim Gordon, baixista do Sonic Youth, a Geffen levou a melhor; Gordon recomendou o Nirvana a Mark Kates, diretor do selo, levando-o a assistir alguns shows que o Nirvana fez, abrindo concertos do Sonic Youth. Com a aproximação pessoal, Kates conseguiu contratar o Nirvana com uma proposta bem mais modesta, US$ 287 mil adiantados, contra US$ 1 milhão, feita pela Capitol.

Nevermind tem ao todo 12 canções, sendo 4 delas se tornaram singles:

Smells Like Teen Spirit (primeiro single do álbum): música favorita, melhor música do álbum, melhor música da banda... SLTS foi a música onde tudo começou. Letra de difícil significado mas pode ser descrita como um hino de revolução para os adolescentes. Cobain conseguiu captar as angustias e descontentamentos da Geração X e meio que chama os jovens para uma "revolução". Esse é o significado mais aceito por todos. O vídeo reforça esse pensamento: nele mostra a banda tocando em um ginásio escolar, repleto de alunos impacientes na arquibancada. Por causa do sentimento da canção, todos invadem a quadra e destroem (junto com Kurt, Krist e Dave) tudo que tem por lá. Recebeu esse nome porque uma amiga dele disse que ele "cheirava a Teen Spirit" (um desodorante feminino que a namorada de Kurt usava).

Capa do single Smells Like Teen Spirit
In Bloom (quarto e último single do álbum): essa música Cobain faz uma crítica às pessoas (pode ser entendido como os fãs também) que ignoram o significado oculto das canções. No vídeo original da música, a banda aparece destruindo todo o palco onde estavam tocando mas esse vídeo foi excluído do Youtube. Informações dizem que Kurt escreveu In Bloom pensando em seu amigo Dylan Carlson.

Capa do single In Bloom
Come As You Are (segundo single do álbum): nessa canção altamente sarcástica e de difícil significado, Cobain fala obviamente sobre um amigo que o traiu de alguma forma e quer se vingar dele, em uma suposta reunião com um amigo. Uma das preferidas entre os fãs.

Capa do single Come As You Are
Breed: Cobain compõe sobre um homem que tem dificuldades em se decidir se deve assumir um namoro mais sério com uma garota ou não. Muito provável que Kurt tenha escrito essa música sobre Tobi Vail, sua ex-namorada. Vale lembrar que na época de gravação de Nevermind, Kurt mal conhecia direito a Courtney Love, sua futura mulher.
Lithium (terceiro single do álbum): como vocês devem saber, Kurt Cobain era extremamente bipolar. Nessa canção, Kurt tenta descrever como funcionaria os pensamentos de uma pessoa bipolar (seria ele mesmo). A música tem esse nome (Lithium, uma tradução para português seria "lítio") porque usavam o metal na amenização da bipolaridade e, obviamente, Kurt tomava frequentemente.

Capa do single Lithium
Polly: música baseada em uma história real. Polly era uma garota de 14 anos que, após um show, fora sequestrada por um homem mais velho. Polly foi levada por esse maníaco para seu trailer onde fora amarrada, violentada e estuprada pelo cara. A adolescente só conseguiu se libertar dizer para o sequestrador que toda tortura feita por ele era "chata". Então o cara parou para abastecer o trailer. Foi ae que Polly começou a acenar e gritar para as pessoas que passavam, que por sua vez chamaram a polícia.
Territorial Pissings: essa música mostra uma descompostura (uma malhação mesmo) de um punk metido a machão. A banda tocou essa música, junto com Smells Like Teen Spirit, na primeira aparição no Saturday Night Live.
Drain You: como a maioria das canções do álbum de Nevermind, Drain You é sobre a vida de Kurt Cobain e em torno de Olympia, Washington. Na época, ele estava vendo uma garota chamada Tobi Vail da banda Bikini Kill e da linha, "Agora é meu dever para drenar você (drain you) completamente" foi uma frase que ela disse a Kurt e no momento da sua dissolução. Uma das músicas favoritas de Kurt, na qual ele considera até melhor que Smells Like Teen Spirit.
Lounge Act: essa é uma canção sobre mágoa em um relacionamento. Ela contém uma referência clara a Teen Spirit ("I still smell her on you"). Lounge Act é a única música que Cobain admitiu que compôs pensando em Tobi Vail.

Kurt com sua ex-namorada Tobi Vail
Stay Away: essa música pode ser sobre inúmeros assuntos, incluindo aborrecimento ("stay away"), a falta de popularidade ("I'd rather be dead than cool"), e previsibilidade nas pessoas ("every line ends in a rhyme"). No final da canção, quando Kurt fala inúmera vezes "Stay Away" ele realmente fala "God is gay", em referência à vez que ele foi preso por pichar a frase polêmica em um muro.
On a Plain: nessa canção Kurt fala sobre ser um compositor; sobre as vezes que ele tem bloqueios criativos, sobre achar "sua voz" e outros fatores. No fianl ele fala prega a simplicidade, falando que está "numa planície", ou seja, o ponto mais alto de sua vida e por isso não pode reclamar de nada.
Something In The Way: música com um tom mais acústico, fala sobre uma ponte nos arredores de Aberdeen onde, segundo o próprio Kurt, ele morou por um dias após ter fugido de casa quando era adolescente.